sábado, 19 de junho de 2010
A rainha da Borboletas
A Rainha das borboletas
Era uma vez uma borboleta muito, muito bonita. As suas asas tinham mil cores e ao voar deixavam um rasto brilhante de pózinhos de perlimpimpim.
A Borboleta de Mil Cores era mágica. Todas as manhãs esvoaçava sobre um enorme jardim florido e cobria as flores de pó brilhante. Ao reflectir a luz do Sol, os pózinhos de perlimpimpim transformavam-se em pequenas gotas de orvalho. E assim, a Borboleta de Mil Cores acordava as flores e refrescava-lhes as pétalas, que ganhavam cores mais vivas e elegantes.
Um dia, quando o Sol anda dormia tapado com a sua manta de horizonte, a Borboleta de Mil Cores viu uma luz ao fundo do jardim. Era uma luz cintilante e quente, e parecia uma pequena estrela no meio das flores.
Com cuidado para não acordar as flores, a borboleta esvoaçou silenciosamente na direcção da luz.
Ao aproximar-se percebeu que a luz vinha das pétalas de uma flor prateada, ainda em botão.
A Borboleta de Mil Cores ficou muito curiosa pois nunca tinha visto uma flor igual, e decidiu voar até ao horizonte para acordar o Sol. Voou velozmente, deixando um rasto brilhante no céu.
Quando chegou ao horizonte, a borboleta chamou bem alto pelo Sol. O Sol espreitou, ensonado, e, espreguiçando os seus raios alaranjados, vestiu-se de calor.
«Sol, ilumina a nova flor prateada do jardim!» pediu a borboleta.
E o Sol clareou o dia, esticando um raio na direcção do jardim. Ternamente, acariciou a corola brilhante e o pequeno botão prateado acordou, abrindo as suas pétalas.
A Borboleta de Mil Cores ficou encantada. A nova flor tinha enormes pétalas de fino recorte, decoradas com motivos de ouro. Os seus grãos de pólen pareciam minúsculos diamantes.
Atraída pela beleza e brilho mágico, a borboleta poisou na flor prateada.
Mas assim que tocou com as suas pequenas patinha no pólen da flor, as enormes pétalas fecharam-se, engolindo a borboleta!
E durante dias a Borboleta de Mil Cores não foi vista. Todas as manhãs as flores esperavam pelo seu alegre bater de asas, mas dele não havia sinal. E as flores começaram a perder as cores e a murchar sem o orvalho mágico da borboleta.
Até que um dia as belas pétalas da flor prateada voltaram a abrir. De dentro da flor saiu a Borboleta de Mil Cores, num bater de asas rápido. Estava mais brilhante e esbelta, e tinha na cabeça uma maravilhosa coroa cravejada com mil pedras preciosas. Tinha-se transformado na Rainha das Borboletas.
E ao ver o jardim tão murcho e seco, a Rainha das borboletas comoveu-se. Pegou na sua coroa e semeou as suas mil pedras preciosas.
Passado pouco tempo, com a ajuda do Sol, nasceram mil flores de pétalas cor de cristal.
A Rainha das borboletas voou sobre as flores, espalhando finos pós de perlimpimpim prateados e as mil flores abriram-se, libertando mil borboletas de asas transparentes.
E, a partir desse dia, todos os jardins do mundo passaram a ser banhados com pózinhos de borboleta, e as flores tornaram-se mais belas e coloridas.
Borboletas
Era uma vez um caçador de borboletas.
O caçador de borboletas usava uns calções muito largos, uma camisa cheia de ramagens, toda às flores e um boné ridículo, com um botão no alto e uma pala comprida, por causa do sol.
Usava também uma rede, pendurada num cabo de madeira, que era uma espécie de espingarda, embora não fizesse pum!, porque não dava tiros. Com essa rede, que a mãe lhe dera quando fizera anos, há muito tempo, é que ele corria atrás das borboletas.
Ia para o bosque, via uma borboleta e desatava a correr:
― Olha uma borboleta, que asas tão lindas, vou apanhá-la para a minha colecção.
Tropeçava nas pedras, enrolava-se nas sebes, esfolava os joelhos, mas a borboleta poisava e ele acabava por conseguir apanhá-la.
Quando isso acontecia, o caçador de borboletas, que já tinha feito 50 anos mas continuava solteiro, entrava em casa a gritar:
― Mamã, mamã, apanhei uma borboleta para a minha colecção. Viva! Viva! Eu sou um grande caçador…
E a mamã, que já tinha feito 70 anos, dizia, toda contente:
― O meu filho apanhou uma borboleta muito bonita. Viva ele, que é um grande caçador…
E, então, o caçador de borboletas, que como todos os outros caçadores já tinha morto a caça, pegava na borboleta e metia-a dentro de um livro, para ela ficar muito sequinha. Depois ia pô-la em exposição numa caixa de vidro que tinha na parede, onde já estavam muitas borboletas mortas que tinha caçado em vezes anteriores.
Quando os amigos iam lá a casa, mostrava-lhes a colecção. Tinha só um problema: as borboletas não voavam. Toda a gente sabe que as borboletas só são bonitas quando estão vivas, a voar, com asas todas coloridas.
E um dia (quando um amigo disse: ― As tuas borboletas não parecem borboletas. Nem voam nem nada) o caçador de borboletas ficou muito zangado. E disse:
― Mamã, vou pôr o António na rua, ele é um mal-educado e não percebe nada de borboletas…
II
Ora noutro país vivia um pintor de borboletas.
O pintor de borboletas vestia uma camisa vulgar, azul-claro, e umas calças de ganga, a que se costuma chamar jeans.
Não tinha boné, nem uma rede pendurada num cabo de madeira, mas ia, também, para o bosque. Chegava, sentava-se e ficava a ver as borboletas que poisavam nas sebes e nas flores. Então, em vez de procurar apanhá-las, parava a desenhá-las num papel branco que levava, com lápis de cera de muitas e garridas cores.
Este desenhador de borboletas era muito novo: tinha só 15 anos. Quando chegava a casa dizia à mãe, que era uma senhora jovem e bonita:
― Olha, pintei mais uma borboleta.
E a mãe dizia:
― Que bonita! ― e ficavam os dois muito contentes. E as borboletas continuavam a voar no bosque, não tinham morrido nem iam secar as asas para dentro de livros tão velhos e tão estranhos que já ninguém era capaz de os ler.
Quando os amigos iam lá a casa, diziam:
― Que desenhos tão bonitos tu fazes. Que lindas borboletas.
E ele dizia:
― Mãe, dá mais refresco ao João.
E não punha ninguém na rua.
III
Ora um dia o caçador de borboletas chegou a casa muito aborrecido: não tinha caçado nenhuma borboleta.
― Mamã, hoje não cacei nada ― disse ele.
Mas a mamã não respondia e o caçador resolveu passar a ser jogador de cartas. Mas não teve sorte, porque ninguém queria jogar com ele.
IV
No mesmo dia em que o caçador de borboletas chegou pela primeira vez a casa sem ter caçado nenhuma borboleta, o pintor de borboletas voltou do bosque cheio de desenhos.
― Olha, mãe, tantas borboletas bonitas ― disse ele.
Tempos mais tarde, já mais crescido, o pintor de borboletas ganhou um prémio numa exposição, com um quadro cheio de borboletas belas e raras.
Só teve pena de não conseguir vendê-lo, mas quando ia entregar a pintura ao comprador o quadro desfez-se e as borboletas desataram todas a voar.
O caçador de borboletas era um homem presunçoso e sem sensibilidade. Por isso, acabou sozinho. Fechado no seu egoísmo, não foi capaz de compreender que os outros seres também têm o direito de viver e de serem felizes.
Mário Contumélias
Uma Mão Cheia de Histórias (adaptado)
Lisboa, Ed. Verbo, 1985
quarta-feira, 2 de junho de 2010
NADA É PARA SEMPRE AMOR (music.:LUIS FONSI)
Nada é para sempre amor
Hoje nós compartilhamos a mesma lua
E amanhã quem sabe se haverá uma separação ou será fortuna
Ninguém sabe amor
Ninguém sabe o que pode acontecer amanhã
Quero te amar hoje
Quero abrir todas as portas da minha alma
Te quero hoje
Quero abrir o coração, uma janela
Isto é amor
E é tão grande que não cabe nas minhas palavras
Quero te amar hoje, quero te amar hoje
Caso não tenha o amanhã
Somos como areia e mar
Somos mais que uma ilusão porque não há dúvida
E esta história de nós dois
É tão linda como nunca houve nenhuma
Ninguém sabe amor
Ninguém sabe o que pode acontecer amanhã
Quero te amar hoje
Quero abrir todas as portas da minha alma
Te quero hoje
Quero abrir o coração, uma janela
Isto é amor
E é tão grande que não cabe nas minhas palavras
Quero te amar hoje, quero te amar hoje
Caso não tenha o amanhã.
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